Sunday, December 31, 2006
Querido Pai Natal
Dá-me este ano um Ego
Que não seja impenetrável
Um desses de vulgar ferro
Porque este que carrego
Tornou-se Inoxidável
De estar tão resplandecente
Julgo ver-me nele ao espelho
Por ser frio não me mente
Pois tão nitidamente
Jaz no olhar o receio
Não me ofereças escudos
Armaduras Imperiais
Sonda-me os pedidos mudos
E não tragas em canudos
Os parcos restos mortais
Regista o que reclamo
Pois por pedir não fui achado
Sabes que é por ti que chamo
Mesmo sem gorro eu não te profano
Meu Pai Natal disfarçado.
Dá-me este ano um Ego
Que não seja impenetrável
Um desses de vulgar ferro
Porque este que carrego
Tornou-se Inoxidável
De estar tão resplandecente
Julgo ver-me nele ao espelho
Por ser frio não me mente
Pois tão nitidamente
Jaz no olhar o receio
Não me ofereças escudos
Armaduras Imperiais
Sonda-me os pedidos mudos
E não tragas em canudos
Os parcos restos mortais
Regista o que reclamo
Pois por pedir não fui achado
Sabes que é por ti que chamo
Mesmo sem gorro eu não te profano
Meu Pai Natal disfarçado.
Tuesday, December 12, 2006
Inverno
Do frio que corta à navalha
Do vento que o traz à cidade
Das ondas cheias onde encalha
Da água onde jaz a idade
O calor que de ti se esgueira
Neste Inverno reclama saudade
De um que ardeu na fogueira
No lume da nossa vaidade.
Do frio que corta à navalha
Do vento que o traz à cidade
Das ondas cheias onde encalha
Da água onde jaz a idade
O calor que de ti se esgueira
Neste Inverno reclama saudade
De um que ardeu na fogueira
No lume da nossa vaidade.
"Espero sempre por ti o dia inteiro,
Quando na praia sobe, de cinza e oiro
O nevoeiro
E há em todas as coisas o agoiro
De uma fantástica vinda"
Sophia de Mello Breyner
Quando na praia sobe, de cinza e oiro
O nevoeiro
E há em todas as coisas o agoiro
De uma fantástica vinda"
Sophia de Mello Breyner
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