Palco
Luz, camâra, acção...
E agora um enredo?
Actores em segunda mão
Fazem do sol o guião
Deixam no sal um segredo
Vem vê-los representar
De Sinbad, o marinheiro
Dividem em sete o mar
Para poderem contar
Nos sete o mundo inteiro
Ou no papel de ladrão
Onde denotam mestria
E sem roubar um tostão
Carteiristas de emoção
Das linhas de poesia
Cai o pano, ovação
É noite de casa cheia
Foi derrotado o vilão
A bela já veste o roupão
E vai-se embora a plateia
Ficam no palco os fantasmas
Mulheres, criados, crianças
Todas as almas penadas
Esperam p´ra ser encarnadas
E ao monstro deram esperanças
"Antes viver do que morrer no pasmo
Do nada que nos surge e nos devora
Do monstro que inventámos e que nos fita"
José Carlos Ary dos Santos, Soneto
Saturday, November 04, 2006
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